São bons sinais estes protestos em forma de canto ou de piada. Mostram que, mesmo debaixo de tanta crise e desesperança, o país tenta responder à falta de horizontes com a inteligência da imaginação. Na hora justa, um ato poético vale mais que mil indicadores. As faturas de amor-com-amor-se-paga, as Grândolas que nos hão de levar à vitória, tudo isto é poesia em movimento. Poesia, exato — e não há nada mais real. Nem nada mais perigoso para os podres poderes.
Agora é preciso que, no terreno das ideias, no campo da palavra-ação — no lugar da política! —, haja gente capaz de seguir o exemplo. Não, não estou a pedir que se construa uma alternativa a esta coligação entre tecnocracia arrogante e direita populista com um partido de cantores e humoristas. O que quero dizer é que é preciso outra clareza, outra franqueza, outra ousadia, e novas vozes. Que, no chão nobre e difícil da política (cada vez mais difícil e por isso cada vez mais nobre?), possam surgir gestos assim imaginativos e abertos. O país da austeridade é guardado pela linguagem monocórdica: temos de a romper com palavras todas futuras.
Agora é preciso que, no terreno das ideias, no campo da palavra-ação — no lugar da política! —, haja gente capaz de seguir o exemplo. Não, não estou a pedir que se construa uma alternativa a esta coligação entre tecnocracia arrogante e direita populista com um partido de cantores e humoristas. O que quero dizer é que é preciso outra clareza, outra franqueza, outra ousadia, e novas vozes. Que, no chão nobre e difícil da política (cada vez mais difícil e por isso cada vez mais nobre?), possam surgir gestos assim imaginativos e abertos. O país da austeridade é guardado pela linguagem monocórdica: temos de a romper com palavras todas futuras.
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