Mostrando postagens com marcador democracia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador democracia. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de março de 2024

segunda-feira, 11 de março de 2024

A fealdade

"A fealdade do tempo presente tem efeitos retroactivos."


(Karl Kraus, Aforismos, trad. Lumir Nahodil)

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Um frio insuportável na Rússia

Mas as pessoas vão deixar flores para homenagear Navalny. Dizem para câmara, "Não tenho medo". Ainda há gestos maiores do que a vida.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

domingo, 3 de dezembro de 2023

Calados, quietos

O partido da xenofobia tem 16% nas sondagens e nós damos passeios e comemos framboesas. O partido do discurso de ódio tem 16% nas sondagens e nós ouvimos vinis e folheamos revistas como se tudo estivesse normal. O partido da desinformação e do racismo tem 16% nas sondagens e nós ficamos calados, quietos, no nosso cantinho? 

terça-feira, 23 de maio de 2023

Eduarda

Morreu a Eduarda Dionísio. Assim, de repente. Em momentos destes, parece que as palavras não chegam. Talvez não haja palavras agora, só um silêncio "furioso" (como é "furiosa" a Leitura que fizemos e faremos na Casa da Achada). Não, não é "adeus", é "até sempre". A Eduarda ensinou-me tantas coisas — desde logo, que a utopia começa com os pés bem assentes no chão. Viva a Eduarda Dionísio.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

26 de abril

A mulher vendia cravos na Avenida, no dia da revolução. Flores ainda meio fechadas, estremunhadas, quase em botão — tácteis metáforas de futuro. Mas ela garantia que assim era melhor, para os cravos não morrerem. Bela lição: se tivermos cuidado e lhes dermos água, as flores abrem e abrem.

sexta-feira, 31 de março de 2023

Não é por nada

Não é por nada, mas o guião da democracia norte-americana deve estar a ser escrito por uma qualquer I.A.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Não teria feito mal ao debate parlamentar de ontem se alguém tivesse lido em voz alta um poema de "O problema da habitação — alguns aspectos", de Ruy Belo

 I

QUASI FLOS


A morte é a verdade e a verdade é a morte


Tão contente de vento, ó folha que nomeio

como quem à passagem te colhesse,

palavra de que tu, ó árvore, dispões para vir até mim

do alto da tua inatingível condição


De muito longe vinda, inviável lembrança

indecisa nas mãos ou consentida

por alguma impossível infância

E a alegria é uma casa recém-construída


Face melhor de todos nós, ó folha

dos álamos nocturnos e antigos visitados pelo vento,

no calmo outono, o dos primeiros frios, sais

do ângulo dos olhos, acolhes-te ao poema

como no alto mês de maio a flor imóvel do jacarandá


Não há outro lugar para habitar

além dessa, talvez nem essa, época do ano

e uma casa é a coisa mais séria da vida




Ruy Belo