quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Hoje, às 22h, no Decadente

Hoje à noite, ali para os lados do Miradouro de São Pedro de Alcântara, terei a honra e a alegria de cantar o disco Bairro Janeiro de Tiago Guillul com o próprio do artista. Apareçam. Não é por nada mas vai ser punk.

 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Janeiro em dezembro

Dia 14, às 22h, no Decadente, terei a honra de cantar com o Tiago Guillul o belo Bairro Janeiro que ele trouxe ao mundo há uns tempos. Palavras elétricas!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Ler, escutar

Hoje e amanhã, estarei em Coimbra, a convite do Clube de Leitura Teatral (org.TAGV/A Escola da Noite). Vamos ler-escutar a Grande cena, por assim dizer. Apareçam, que o teatro é das melhores armas contra este tempo frio.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Ir para fora cá dentro

A minha crónica de ontem n'O Jogo pedia seis ou sete batatas nas redes sadinas — e não é que, à noite, o Glorioso fez mesmo a vontade ao cronista?

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Movimento

"O que se move não se move no espaço em que se encontra nem naquele em que não se encontra." (Zenão, séc.VI-V a.C, trad. Maria Helena da Rocha Pereira)


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Re: Email

Amanhã, no Porto, reestreia o nosso Email (desta tua mãe que tanto te ama). É no Mosteiro São Bento da Vitória (TNSJ), às 21h. Continua sábado e domingo. Vamos desfacebookar um bocado?

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Buscar o ponto ótimo em que tudo é normalmente misterioso e espantosamente claro

Começa já este sábado, no Teatro Nacional São João, a Oficina de Vanguarda. Aqui, no teatro, dizer que "as personagens ganham vida" não é metáfora nenhuma. Quem quer vir experimentar?

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Prazer

"Andava no quarto, e excitado por um prazer tão intenso como o de carregar sobre uma bateria que vomitasse morte, fogo e fumo."


(O Duelo, Joseph Conrad — trad. Aníbal Fernandes)


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

No século XXI...

João Carlos Malta e Teresa Abecasis ganharam o Prémio Gazeta Multimédia 2016 com "O cemitério dos vivos", uma reportagem sobre a comunidade cigana do Bairro das Pedreiras, em Beja.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Deve coincidir

"O sentido moral do escritor deve coincidir com o seu sentido dramático."   


(The Nature and Aim of Fiction, Flannery O'Connor)

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Um poema de e.e. cummings


já que sentir é primeiro
quem presta alguma atenção
à sintaxe das coisas
nunca há-de beijar-te por inteiro;

por inteiro ensandecer
enquanto a Primavera está no mundo
o meu sangue aprova,
e beijos são melhor fado
que sabedoria
senhora eu juro por toda a flor.   Não chores
—o melhor movimento do meu cérebro vale menos que
o teu palpitar de pálpebras que diz

somos um para o outro: então
ri, reclinada nos meus braços
que a vida não é um parágrafo

E a morte julgo nenhum parêntesis




(do livro "xix poemas" de e.e. cummings, tradução de Jorge Fazenda Lourenço, ed. Assírio & Alvim)

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Sobre uma fotografia de Jack London

Acorda! Não sabes que o teu tempo já acabou? Já estamos no futuro. Chama-se Pós-Verdade. Já ultrapassámos os relógios, o pensamento e o contacto físico. Aposto que estás a sonhar a preto e branco. Vens da época em que tínhamos cheiro, não é? Nós estamos para lá de qualquer cheiro e qualquer ideia. Aqui, no país das imagens. Pois, não acabámos com a "vida abaixo do mínimo", nem com as "notórias quebras de saúde", nem com a "célebre ausência de pulsação", mas abolimos as palavras que valiam para isso tudo, o que vai dar mais ou menos ao mesmo. Acorda, acorda! Mal abras os olhos, vais desaparecer.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Post-it em tempo de eleições

"It is the gap between the inherently ethical nature of public decision-making and the utilitarian quality of contemporary political debate that accounts for the lack of trust felt towards politics and politicians." (Ill fares the land, Tony Judt)

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Anti-Face




É preciso ler este artigo de John Lanchester na LRB, You Are the Product
Se muitas pessoas o lerem, aposto que o Facebook sofrerá um êxodo valente.

"(...) The portmanteau terms for these developments are ‘fake news’ and ‘post-truth’, and they were made possible by the retreat from a general agora of public debate into separate ideological bunkers. In the open air, fake news can be debated and exposed; on Facebook, if you aren’t a member of the community being served the lies, you’re quite likely never to know that they are in circulation. It’s crucial to this that Facebook has no financial interest in telling the truth. No company better exemplifies the internet-age dictum that if the product is free, you are the product. (...)" 

"(...) What this means is that even more than it is in the advertising business, Facebook is in the surveillance business. Facebook, in fact, is the biggest surveillance-based enterprise in the history of mankind. It knows far, far more about you than the most intrusive government has ever known about its citizens. It’s amazing that people haven’t really understood this about the company. I’ve spent time thinking about Facebook, and the thing I keep coming back to is that its users don’t realise what it is the company does. What Facebook does is watch you, and then use what it knows about you and your behaviour to sell ads. (...)" 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Muito fixe, este retrato de Fernando Pessoa




É da autoria de Riccardo Vecchio, e saiu na New Yorker.
Seria impossível, acho, um português pintá-lo assim. Parece um escritor e não um mito.
 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

quarta-feira, 12 de julho de 2017

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Jornal Local: ovo

No semáforo entre as duas igrejas do Chiado, um solteiro mascarado de pinto a sair do ovo e uma freira oficial. Jornal Local estava lá, esta manhã, para atestar da veracidade da imagem. Um ovo e uma freira, lado a lado, à espera do sinal — como não pensar em Clarice?

Talk about power music

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Tão delicado

"O que eu quero contar é tão delicado quanto a própria vida."



(A descoberta do mundo, Clarice Lispector)

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Um poema de Jim Jarmusch

Um poema de José Tolentino Mendonça


Poética


O poema segue as premissas da guerrilha urbana. Jamais revela identidades e endereços. Estabelece que pontos de contacto não sejam escritos, apenas memorizados. Cancela dos seus arquivos nomes legais ou ilegais e toda a espécie de informação biográfica, mapas e planos. Não permite a ninguém conhecer a globalidade dos elementos em campo.


 

terça-feira, 27 de junho de 2017

Automóveis, escultura, arte abstrata, palavras — uma lição de Giacometti

É na Paris Review: Giacometti at the Salon d'Auto.

"No statue can ever take the place of another because a statue is not a simple product. It is many things besides: it is both a mystery and a solution, a question and a reply. A statue can be neither finished nor perfect. Such considerations are irrelevant." 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Esperar perder

"Este bilhete que eu comprei, depois de ganhar os três primeiros prémios nos três últimos sorteios, este bilhete para a Lotaria de hoje, — significa a minha última esperança de perder. Se me sai premiado... se me volta a sair premiado..."


(Um homem de sorte, Vicente Sanches)

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Duas vezes, uma, duas, uma

"You can say 'I want' twice, 'I love' once, 'I shall' twice, 'I'm dying' once.”

(The silent prophet, Joseph Roth)

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Albuquerque Mendes na Rua dos Caetanos!

Na Galeria Graça Brandão, em Lisboa, palhaços com tanta graça que nem cabem nas telas. E outras coisas assim:



 

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Teatro político em Guimarães

No Reino Unido, há eleições com o Brexit no centro. Em Guimarães, o Falstaff de Shakespeare fala "para toda a Europa".

Henrique IV parte 3 acende-se hoje à noite na caixa negra do CIAJG, no Festival Gil Vicente.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Em Arcos de Valdevez, Henrique IV parte 3

(Perdoem-me a rima.)
Hoje, na Casa das Artes, vamos ver o que acontece quando o Falstaff de Shakespeare aterra no Minho.


                                                                                                                                     (fotografia ©Susana Neves/TNSJ)


sexta-feira, 26 de maio de 2017

Sobre uma fotografia de Francesca Woodman (2)

O nome da flor, pesado contra a parede. Na casa monocromática a minha palavra é transparente demais. Não, não é isto que quero dizer. Retiro o que disse. Perdoem-me tudo daqui para a frente. A arte é aresta.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

"Sim, sigam o dinheiro. Mas sigam também as mentiras"


Steve Bell, no Guardian.

E Ryan Lizza, na New Yorker, lembrando lições do Watergate. "There is now significant evidence that President Trump has been trying to cover up something related to the F.B.I.’s Russia investigation. We just don’t know what it is."

terça-feira, 23 de maio de 2017

Com Manchester, contra o terror

                                           (fotografia Oli Scarff/AFP/Getty Images)

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Fora, Temer! Vai, Brasil!

                                                                                          (fotografia Reuters/Pilar Olivares)

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Alô, Europa? O mundo está a chamar-nos


Às vezes, é preciso ganhar distância para conseguir ver algumas grandes verdades. Diz Roger Cohen no NYT que 2017 pode vir a ser o ano da Europa. Mais união, mais democracia, mais solidariedade. Vamos a isso?

terça-feira, 16 de maio de 2017

Alô, RAP?

Aqui Malcom Gladwell lança questões importantes sobre a sátira política nos dias de hoje, seus limites e desafios.
Um dos exemplos trazidos à baila é, claro, o do mestre Stephen Colbert.



Mas também se chega ao Reino Unido e a Israel.
E por cá? Alô, RAP? Não era de fazer uma versão europeia para falar dos Orbáns, Le Pens, Wilders e companhia? 


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Prosa em Loulé

Hoje estarei em Loulé, no Cine-Teatro, para participar nas "Conversas à Quinta". Não é o facebook, são livros mesmo, é a vida!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Maravilha, Stevie


Jornal Local: lilás

De manhã, no Cais do Sodré, as solas de quem vai e vem fazendo um cómico som lilás. A secreta vida das plantas dos pés. Indiferente ao movimento, um senhor bem vestido, calças escuras e camisa branca, baixa-se para apanhar as florinhas caídas na calçada. Jornal Local estava lá e viu. Uma certa solenidade num gesto tão simples e inesperado. Rezaria o senhor ao deus dos jacarandás?

quinta-feira, 27 de abril de 2017

terça-feira, 25 de abril de 2017

Catarina

CATARINA O nome, não o posso deixar cair ainda é tão frágil, tão breve,
                   tão — será translúcido a palavra?
                  — quando uma barra de sol atravessa o quadriculado da janela

                  e pousa uma luz das mais puras sobre o redondo que o desenha este nome sonoro e calado
                  este meu nome, tenho de o guardar
                  com o máximo cuidado
                  embalá-lo com o máximo de música
                  o máximo de silêncio desapertado
                  tenho de apertá-lo nos meus braços de ceifeira sou uma mulher antes de tudo
                  Um nome que é o seu próprio milagre
                  ou assim me parece neste claro-escuro
                  nesta noite atravessada por uma barra de sol nestes dias de não fazer nada
                  para começar a mudar tudo

                  
                  No dia da Maria desmaiada dissemos coragem
                  e dissemos justiça
                  e fizemos caminho

                  e o sol era um disco luminoso como em versos gregos que nunca hei de ler e fizemos caminho
                  e dissemos greve
                  e temos de ser fiéis aos nossos nomes 




(excerto da peça "Catarina", escrita por mim, que o grupo ACTA levou à cena com encenação de Luís Vicente, no ano passado)

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Tão invisíveis como

"(...) the birds were as invisible as God when we went over to visit the Lancasters for cocktails at dusk."


(Ninety-nine stories of God, Joy Williams)

Voltaram os Do Amor!




Dá para espreitar aqui. Música de imaginações mil.
(Os Quais entram na festa em Eletricidade.)

quarta-feira, 29 de março de 2017

P. M. P.


Daqui a bocado, quando passarem vinte minutos do meio-dia, é entregue, por mão própria, a famosa carta do artigo 50, pondo em andamento o relógio do Brexit. Parece um conto meio abstrato meio absurdo, mas é História e é triste. 
A negociação promete — já leram o artigo de Michel Barnier?

segunda-feira, 27 de março de 2017

Dia mundial de Vicente Sanches


Obras completas, de Vicente Sanches

Dia mundial da pergunta

Neste dia especial, Ricardo Jorge Fonseca fez a pergunta do teatro a várias pessoas, no Jornal de Notícias. A minha resposta foi esta: 

O teatro está em perda, sim. Como a política, o jornalismo e o tempo para uma boa conversa. O "facebookismo" dominante é a negação do espírito de cidade — estarmos juntos numa sala de espetáculos, numa praça ou num parlamento, e não fechados nos nossos ecrãs a ouvir só os que pensam como nós e a odiar todos os outros. O chamado mundo da "pós-verdade" não suporta a "mais-que-verdade" da ficção. A imaginação, que busca o coração das coisas e faz as perguntas difíceis. Por isso, o teatro é ainda mais urgente hoje. Como forma de resistência, de sonho, de questionamento. E também, já agora, para não desaprendermos isso de estar junto.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Com Londres, contra o terror


Sobre uma fotografia de Joseph Eid

Aqui a ferida é a música. A música visível, um olho em ferida, um olho negro em ferida visível como música. Ouço e, enquanto ouço com o meu corpo todo, sou indestrutível. A ginástica filosófica que exige uma autêntica posição de escuta. Limpar tudo. Isto não é um cachimbo. Isto é o ponto de interrogação que fumo pensativamente livre de pensamentos, tralha, entulho, notícias. O mundo a ruir, a casa em osso, mas eu fico no meu lugar, no meu lugar de mim, enquanto a minha cara se retira musicalmente tornando-se um espaço em branco.

terça-feira, 21 de março de 2017

Dança que fica


Magia (mesmo)

A magia como arte. Senhoras e senhores, Ricky Jay! 



Quando o vi, há anos, no filme de David Mamet, não sabia quem ele era, achei só que era um ator dos diabos. Depois li este artigo de Mark Singer, na New Yorker. E agora tenho de arranjar o livro, ver o documentário, maravilhar-me mais e mais com esta mistura tão feliz de sabedoria e graça.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Teatro Rex!


Tiranossauro Rex, de Alex Cassal, está em cena no TNDM II. É teatro que, disfarçado de comédia, faz uma bela arqueologia do futuro. O quê, ainda não viram?