sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Os limites

"Os limites de um humano eram divinos? Eram."


(Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, Clarice Lispector) 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

A criança em Gaza

A reportagem de ontem, da RTP2, mostrava uma criança em Gaza, no que parecia um monte de cinzas, a andar em círculos, a gritar, "O meu pai e o meu irmão são mártires!..." A infância é o tempo da liberdade, da brincadeira, da vida sem prazo, mas àquele menino roubaram-lhe tudo. Aquela criança era o desespero do mundo. Devíamos pôr aquela imagem na cara dos decisores vinte e quatro horas por dia até haver paz.

domingo, 3 de dezembro de 2023

Calados, quietos

O partido da xenofobia tem 16% nas sondagens e nós damos passeios e comemos framboesas. O partido do discurso de ódio tem 16% nas sondagens e nós ouvimos vinis e folheamos revistas como se tudo estivesse normal. O partido da desinformação e do racismo tem 16% nas sondagens e nós ficamos calados, quietos, no nosso cantinho? 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Exatamente

 "...pero ser escritor no es exactamente ser alguien."


(La vida privada de los árboles, Alejandro Zambra)

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Jornal Local: "saudade"

Um miúdo pequeno e loiro anda pelo passeio, na D. Carlos I, a ameaçar inimigos imaginários com a palavra "saudade". Tem as mãos como se agarrasse uma arma e dispara "saudade, saudade, saudade". Jornal Local estava lá e viu. E ouviu. A palavra mais portuguesa, dita com sotaque estrangeiro, é capaz de matar. 

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Hoje, em Vila Real, estreia "Hamlet O Musical" (perdoem-me a rima)

Ao morrer, Hamlet pede a Horácio para contar a sua história. No fim, chegamos ao princípio.

    Mas esta ideia de que o “Hamlet” que chega até nós, espetadores, é a versão do seu amigo, Horácio, não costuma ser muito sublinhada nas leituras-em-palco da famosíssima peça de Shakespeare — desde logo, claro, porque tal revelação surge apenas no derradeiro momento, na ponta final do desenlace. E, no entanto, ela é fulcral. 

    A existência de um narrador-personagem não mudará tudo, mas muda muito. Algumas questões decorrem imediatamente daí: configurará ele uma espécie de representante do autor no interior da história, ou talvez mais algo parecido com um agente duplo? Será ele alguém que se autonomiza em relação ao amigo, acabando por moldar a narrativa de acordo com a sua própria agenda, ou é ele antes um homem-teatro, um Shakespeare-Globe, cuja transparência é afinal uma forma de génio camaleónico?


A nossa proposta é investigar o monumento hamletiano a partir desta perspetiva — um Horácio com uma História —, escavá-lo desde o fim, e em modo musical. O que acontece no espírito de Horácio no instante em que o amigo moribundo lhe pede que conte aquilo tudo, para que “Hamlet” não fique como um “nome ferido”? E como é que Horácio aproveita essa oportunidade, como é que escolhe usar esse poder? Como é que alguém revive e reimagina tamanha sequência de acontecimentos, pensamentos, mal-entendidos, visões, sem se perder de si (ou, visto do outro lado, sem se divertir um bocadinho)? 


O quê, Horácio canta?

 

Claro, senão como poderia ser tantas vozes por dentro?



"Hamlet Hamlet Hamlet

de William Shakespeare

a partir de Hamlet de William Shakespeare

a partir da tradução de Hamlet de William Shakespeare de Gualter Cunha (editada pela Relógio D'Água)

Encenação de Marcos Barbosa

Interpretação de Pedro Fontes, Marcos Barbosa, Silas Ferreira

Música de Silas Ferreira

                Cenário e figurinos de Arial Fiske de Gouveia

                Luz de Carlos Ribeiro

Argumento de Jacinto Lucas Pires

Argumento: história de um homem preso dentro da sua cabeça

Argumento: história inventada para redimir um amigo

Argumento: história de um homem em forma de pergunta

Argumento: história de um homem que quer vingar o pai

Argumento: história de um homem que ama demasiado a mãe

Argumento: história para homenagear um filho morto"



Produção: Escola do Largo




terça-feira, 14 de novembro de 2023

Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães!

 



A minha tradução de Cristo parou em Eboli, de Carlo Levi, ganhou o Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães da Associação Portuguesa de Tradutores! (Ex-aequo com a tradução, de Catarina Ferreira de Almeida, de O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde.) Sou suspeito, claro, mas é um grande livro. Pode ser que este prémio lhe traga novos leitores.

sábado, 14 de outubro de 2023

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Donato!

Essa música não pára nunca mas nunca. Essa música não é de escrever, nem quase de tocar, é coisa que entra pela pele, que se respira. Grande João!

terça-feira, 18 de julho de 2023