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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Uma frase de Brodskii

 "Pois a história é o atrito do temporário contra qualquer coisa que permaneça."


(Paisagem com inundação, Iosif Brodskii, trad. Carlos Leite, ed. Cotovia)

terça-feira, 19 de março de 2024

As fotografias de Eduardo Gageiro (na Cordoaria)

Não sei como é, mas, com uma lente apontada às coisas exteriores e fotografáveis (ruas, caras, gestos, sombras), Gageiro dá-nos a ver o nosso subconsciente coletivo. Ali, temos o mínimo e o mito. O segredo e a vida distraída, tão exata que parece quase encenada. 

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães!

 



A minha tradução de Cristo parou em Eboli, de Carlo Levi, ganhou o Prémio de Tradução Literária Francisco Magalhães da Associação Portuguesa de Tradutores! (Ex-aequo com a tradução, de Catarina Ferreira de Almeida, de O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde.) Sou suspeito, claro, mas é um grande livro. Pode ser que este prémio lhe traga novos leitores.

sábado, 25 de abril de 2020

quarta-feira, 29 de março de 2017

P. M. P.


Daqui a bocado, quando passarem vinte minutos do meio-dia, é entregue, por mão própria, a famosa carta do artigo 50, pondo em andamento o relógio do Brexit. Parece um conto meio abstrato meio absurdo, mas é História e é triste. 
A negociação promete — já leram o artigo de Michel Barnier?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

"Temos um ano, no máximo, para defender a democracia nos EUA"

Trump está empenhado em destruir a democracia nos EUA. Os sinais são claros: tentar fazer da minoria muçulmana o inimigo, tentar fazer da comunicação social a oposição, tentar fazer dos manifestantes bandidos, tentar fazer do autoritarismo patriotismo... 
É essencial ler esta entrevista de Timothy Snyder. (no Süddeutsche Zeitung)

terça-feira, 28 de junho de 2016

Oh Inglaterra

Mais farsa, não, por favor. Agora é preciso inventar um teatro que possa salvar a cidade

 (fotografia de Bertrand Langlois/AFP/Getty Images)
  

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Tempos tremendos

"(...) Entre eles qual dos deuses provocou o conflito?
Apolo, filho de Leto e de Zeus. Enfurecera-se o deus
contra o rei e por isso espalhara entre o exército
uma doença terrível de que morriam as hostes,
porque o Atrida desconsiderara Crises, seu sacerdote.
Ora este tinha vindo até às naus velozes dos Aqueus
para resgatar a filha, trazendo incontáveis riquezas.
Segurando nas mãos as fitas de Apolo que acerta ao longe 
e um ceptro dourado, suplicou a todos os Aqueus,
mas em especial aos dois Atridas, condutores de homens:

'Ó Atridas e vós, demais Aqueus de belas cnémides!
Que vos concedam os deuses, que o Olimpo detêm,
saquear a cidade de Príamo e regressar bem a vossas casas!
Mas libertai a minha filha amada e recebei o resgate,
por respeito para com o filho de Zeus, Apolo que acerta ao longe.'

Então todos os outros Aqueus aprovaram estas palavras:
que se venerasse o sacerdote e se recebesse o glorioso resgate.
Mas tal não agradou ao coração do Atrida Agamémnon;
e asperamente o mandou embora, com palavras desabridas:

'Que eu te não encontre, ó ancião, junto às côncavas naus,
demorando-te agora ou voltando nos tempos mais próximos,
pois de nada te servirá o ceptro e a fita do deus!
Não libertarei a tua filha. Antes disso a terá atingido a velhice
em minha casa, em Argos, longe da sua pátria,
enquanto se afadiga ao tear e dorme na minha cama.
Vai-te agora. Não me encolerizes: partirás mais salvo.'

Assim falou. Amedrontou-se o ancião e obedeceu ao que fora dito.
Caminhou em silêncio ao longo da praia do mar marulhante.
E depois de se ter afastado para longe, rezou o ancião
ao soberano Apolo, que Leto de belos cabelos deu à luz:

'Ouve-me, senhor do arco de prata, deus tutelar de Crise
e da sacratíssima Cila, que pela força reges Ténedo,
ó Esminteu! Se alguma vez ao belo templo te pus um tecto,
ou queimei para ti as gordas coxas de touros
ou de cabras, faz que se cumpra isto que te peço:
que paguem com tuas setas os Dânaos as minhas lágrimas!'

Assim disse, orando; e ouviu-o Febo Apolo.
Desceu do Olimpo, com o coração agitado de ira.
Nos ombros trazia o arco e a aljava duplamente coberta;
aos ombros do deus irado as setas chocalhavam
à medida que avançava. E chegou como chega a noite.

Depois sentou-se à distância das naus e disparou uma seta:
terrível foi o som produzido pelo arco de prata.
Primeiro atingiu as mulas e os rápidos cães; 
mas depois disparou as setas contra os homens.
As piras dos mortos ardiam continuamente."



(excerto do Canto I da "Ilíada" de Homero, tradução de Frederico Lourenço, edição da Cotovia)
 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Marselha, perguntas

Na London Review of Books, Neal Ascherson cita uma frase publicitária: “2013 não é o primeiro ano em que Marselha é Capital Europeia da Cultura. A primeira vez foi em 1940.” Nessa altura milhares de refugiados tentavam fugir dos nazis a partir deste grande porto europeu. Arendt, Benjamin, Chagall, Tzara, Weil e tantos anónimos. É preciso ler isto, lembrar isto aqui. A Europa também é esta memória dura, e tantas perguntas.