quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ainda se diz "navegar"?

Que fixe, encontrar um blogue fixe.
Encontrei-o aqui, por onde tantas vezes passo. 
Também tenho parado nestas "leituras em lugares públicos".
Que outros blogues é que valem a pena?

sábado, 22 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Postal sim

Um dos efeitos menos referidos, e mais perigosos, do governo da coligação Troika/Portas/Passos é do domínio da guerra cultural. Não através de um combate franco, frontal, de grandes ideias, claro. Mas numa versão mais “guerra química”, através da instalação no país de um clima de tem-de-ser, onde a liberdade é uma “irresponsabilidade”, o pensamento é uma coisa de “idealistas” e “radicais” e a arte não pode passar os limites do bibelô.

Se alguém tem dúvidas sobre a crise em que estamos atolados, olhe para os jornais literários da nossa praça.

Sábado, ao vir do concerto d’O Deserto Branco no Sabotage, pensei que devíamos inventar no Cais do Sodré uma cena de ritmo e poesia, de periodicidade eterna. Lou Reed seria o padroeiro. Palavras elétricas.

Está tudo a brincar às referências na sala depressiva do Pós-Modernismo. Vamos rebentar com isto tudo mas é. Inventar um movimento modernista (modernista sim) que misture a ideia do agora com a imagem do para-sempre. Pode-se chamar: Europeísmo.

É na cidade que vamos recomeçar essa bela palavra, política.

A noite e os teatros de Lisboa têm de se juntar das formas mais naturais e simples. Como uma flor se junta ao cosmos ou qualquer coisa assim.

E o cinema tem de voltar.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Recorte

Aquilo não foi só mais um bocado de futebol, amigos, oh não. Aquilo foi um recorte da mais alta simplicidade matisseana. O golo de Enzo Pérez contra o Sporting, aquilo vai já emoldurado para pendurar nos mais altos para-sempres. Não, não é todos os dias que se vê uma malandragem daquele nível de maravilha. Um silêncio de ora-dá-cá seguido de uma poema de ora-toma-lá. Com dança e tudo pelo meio, tango cirúrgico. Para estes tempos de tristezas, troikas, tédio — caramba, valha-nos a chuteira argentina. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Vale a pena ler

este texto de Anthony Lane sobre Philip Seymour Hoffman.

A França como aviso à Europa

Corremos o risco que este défice de vontade, ousadia, humildade e democracia nos leve a algo parecido com o que acontece em França. A casa do regime ocupada por uma espécie de união de facto entre uma terceira-via de microondas e um perigosíssimo populismo xenófobo. Alô, esquerda?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"Como é que entraste nesta canção?"

O Deserto Branco, a banda lo-fi, hi-tanto, do meu irmão Martinho, tem um novo disco. Quem não gostar, fica no sofá a ver comboios. 


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Foreign Correspondent: At the post office



The world is so platonic at the post office. People are always quiet, holding their faces like they’re holding a vase waiting for the flower. Only the flower never comes. Letters are not flowers anymore. Not even letters are letters anymore. They’re just packages, bills, flyers, postcards. Bills, mostly. Perhaps that’s a global fact, but in Portugal it is so much like that it becomes more than fact; it becomes a symbol. All that, I mean. Yes, post offices are probably the best places for a foreigner to get Portugueseness. Or not to get it in the most exact way. Among trees reflections and self-help books, a sort of untranslatable silence. A tepid, hospital-like, quietness, teared by electronic numbers (the ticket-service machine reciting 133, 134, 135, 136, 137), and nobody says anything, nobody gets mad, nobody bites one’s hat, nobody jumps on one’s hat. Quiet people, staring at infinity, dreaming about what?