Um homem de cabelo claro, caracóis, roupa modesta, no Largo Camões. Um velho aparece por trás e prende-lhe o cachaço com uma mão. O tipo mais novo diz alguma coisa que não se ouve, com uma expressão que se vê logo ser de ironia. Espreita pelo canto do olho tentando perceber quem o prende. O velho aguenta-o preso ali, em público, durante uns três segundos eternos. (Jornal Local estava lá a cronometrar.) Depois larga-o como se não fosse nada, diz alguma palavra de circunstância. Em resposta, o tipo mais novo levanta o folheto que tinha na mão e bate com ele na testa do velho. O velho sorri mas não se vira. A amizade é uma coisa mesmo bonita.
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