Uma mulher caída no passeio da Rua do Ouro. Pele clara, óculos escuros, o cabelo como que entornado na calçada. À volta dela, um grupo de pessoas tentando ajudar; de telemóvel na mão, um homem diz que vai ligar para o 112. Furando o sol de março, que silêncio de repente.
E, ao virar da esquina, na Rua da Vitória, uma rapariga sentada nas escadas da capela, de olhos baixos e auscultadores nos ouvidos. Nem de propósito, Jornal Local regressava da leitura de O Livro das Igrejas Abandonadas, de Tonino Guerra — pensamento interrompido pelo gesto da rapariga, que levanta os olhos, espantada.
Em frente a ela, como que em adoração, numa lentidão de fundo, doloroso amor, uma velha de gabardine benze-se. Um, dois, três. A rapariga da música na cabeça aguenta o olhar da velha durante um bom segundo, depois vira a cara. Sorri?
E, ao virar da esquina, na Rua da Vitória, uma rapariga sentada nas escadas da capela, de olhos baixos e auscultadores nos ouvidos. Nem de propósito, Jornal Local regressava da leitura de O Livro das Igrejas Abandonadas, de Tonino Guerra — pensamento interrompido pelo gesto da rapariga, que levanta os olhos, espantada.
Em frente a ela, como que em adoração, numa lentidão de fundo, doloroso amor, uma velha de gabardine benze-se. Um, dois, três. A rapariga da música na cabeça aguenta o olhar da velha durante um bom segundo, depois vira a cara. Sorri?
Eu cá imaginei-a a sorrir.
ResponderExcluirGrata pelo seu trabalho Jacinto, gosto muito (ainda espero a outra metade do disco como no ringue o lutador caído espera a sala vazia!).
Muito obrigado, Benvinda. O novo disco dos Quais está quase, quase a chegar. Depois aviso aqui. Também vai ser uma luta: esperamos salas vazias!...
ResponderExcluir... vazias de tristeza!!
ResponderExcluirContinuação de bom trabalho, os fãs cá se vão arranjando na espera:)