Na Calçada do Combro, a manhã sobe lenta. Gorros e manga curta, diferentes estações do ano, três ou quatro fusos horários passando à frente deste Jornal Local que daqui vos fala. O inverno leva um cão pela trela, a primavera empurra um carrinho de bebé desocupado. Pela velha Calçada, sol e o sentimento íngreme de março às nove da matina. Um miúdo negro desenrolando-se de um cordel que um miúdo branco segura na ponta; um homem de cócoras pintando a porta azul da pastelaria As Zebras do Combro. E, sobre isto tudo, a voz de borracha, de metal, de susto, de David Bowie: "Ch-ch-ch-changes!"
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