Vale a pena comprar o Público de ontem só para ler a entrevista de Pacheco Pereira. Nem sempre estou de acordo com o desassombrado historiador/político/comentador (e, quando o assunto é a Europa ou a cultura, quase nunca), mas o diagnóstico apresentado, em jeito de rescaldo das autárquicas, nestas respostas ao Público, é perfeito.
Também a propósito das eleições, e pensando no desaire do BE, Daniel Oliveira faz aqui uma análise interessante. Mas, na questão europeia, critica o BE pelo lado errado, parece-me. Diz que o Bloco deve clarificar o seu discurso sobre a Europa no sentido de não permitir "que a ideia
de dignidade nacional e patriotismo seja monopólio do PCP". Acho que o que falta é exatamente o contrário: uma esquerda que diga: "somos tão europeus como a Senhora Merkel e não aceitamos lições de europeísmo: queremos é outra Europa: uma Europa democrática, política, aberta, solidária, transparente, uma união digna desse nome". Já deu para perceber pelas meias palavras de Seguro que não dá para contar com este PS para dizer algo minimamente parecido com isso. E o PCP cavalga um "orgulhosamente sós" fechado ao futuro. Por todas as razões e mais uma, é esse o espaço que o Bloco de Esquerda tem de ocupar. Mas quando, quando?
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