Sobre aquilo de ontem em Paris, o Record diz "crise" e a Bola diz "humilhante", mas a verdade é que a coisa foi muito pior. Para começarmos a tentar descrever o jogo de ontem com o PSG, só socorrendo-nos de gíria mesmo. Aquilo foi um atropelamento, uma pancada, o fim da picada, uma grossa e vil tristeza, um espalhantrançozãozíssimo.
Ele pode haver desastre mais triste que levar olés de parisienses?
Afinal, sim: ouvir o treinador do Benfica dizer, passados dois jogos, que agora temos de lutar pelo segundo lugar. Pelo "segundo lugar"? Terei ouvido bem? Terei lido bem? Será possível?
É aqui que começa todo esse problema chamado Jorge Jesus. O mister do SLB acha que está num clube qualquer igual aos outros. E receio que já seja tarde para lhe explicar o que é o Glorioso. Mas deixem-me corrigir: é esse o problema de Jorge Jesus e também o de Luís Filipe Vieira, que os dois juntos parecem ter como único desígnio para o clube de Eusébio a transformação da catedral num entreposto de jogadores. Pegar em talentos, adaptá-los, retocá-los, "valorizá-los", e depois vendê-los rapidamente. É essa a única estratégia visível da dupla Luís Filipe Vieira/Jorge Jesus. Ora isso pode ser muitas coisas, mas não é o Benfica.
O que ontem se viu em Paris foi o vir-à-tona de muita asneira para trás.
Pensemos na maneira como mandaram Aimar embora, por exemplo. Uma lenda daquelas a sair pela porta do cavalo... Ou lembremo-nos, bem sei que é difícil, do final da época passada.
No momento em que o treinador do Benfica, ao levar um golo, cai de joelhos no relvado do Dragão, devia ter levado logo com um sms a dizer "despedimento com justa causa". Aposto que nenhum tribunal do mundo deixaria de aceitar o argumento.
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