domingo, 7 de julho de 2013

A democracia é revogável?

A fórmula cozinhada pelo PSD e pelo CDS-PP configura, só não vê quem não quer ver, um autêntico golpe palaciano. “Palaciano” como em “Palácio das Necessidades”. Nesta versão o líder do CDS-PP, conhecido ex-irrevogável, torna-se uma espécie de primeiro-ministro de facto e Passos Coelho converte-se na rainha da Inglaterra do Governo e da coligação. Talvez para os próprios seja divertido brincar à dança das cadeiras, agora o país é que não suporta mais isto. E tem todas as razões para não suportar.
Até terça-feira, pelo menos, Portugal fica entre parêntesis, mas tudo indica que o Presidente abençoará esta solução mais que pífia — por respeitinho aos “mercados”, por medo da democracia. O que, a concretizar-se, será gravíssimo. Aliás, olhando para trás, é fácil ver uma ligação direta entre o “pânico” com a perspetiva de eleições, que surgiu instantaneamente, como uma reação alérgica, dir-se-ia, após a demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, e o “não fui eleito coisíssima nenhuma” de Vítor Gaspar. É isto? A democracia está suspensa, senhor Presidente?

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