quarta-feira, 18 de maio de 2011

E nós não

Chegou o grande dia dublinesco e nós não estamos lá. Uma final europeia só com portugueses e o Benfica de fora, a ver passar os aviões. Como é que pode ser? Já sei que nunca é boa ideia insistir na tristeza, mas ele há “impensáveis” que não nos deixam pensar em mais nada. O presidente e o treinador do Benfica que digam o que quiserem; a verdade é que este fracasso é lamentável e inesquecível, caros amigos. Um absurdo daqui até às irlandas pelo lado mais distante do planeta-bola. Resta-nos pôr o sorriso entre parêntesis e desejar que, hoje em Dublin, Portugal faça um verdadeiro espetáculo da ocasião. A Europa, sabêmo-lo bem demais, anda aos papéis — que, ao menos, no futebol seja possível jogar ao ataque e furar os “pragmatismos” tristes que nos empatam o futuro.  
E, por falar em futuro, senhores mandachuvas do Benfica, que ideias é que têm para a próxima época? Esperemos que sejam falsas as notícias que vão aparecendo e que dão conta de uma mudança total na estrutura da equipa. Se não ouvem os adeptos, ouçam ao menos o Senhor Lapalisse: pior que cometer um erro uma vez, duas vezes, três vezes, é repeti-lo quatro, cinco, seis vezes. Se, depois das saídas de Ramires, David Luiz, Di María, perdemos Aimar, Coentrão, Carlos Martins ou Salvio, muito dificilmente não perderemos a época que aí vem. Não, o pensamento tem de ser ao contrário. A partir da base que já temos, o que é que nos falta para podermos jogar genialmente em todos os tabuleiros? O ano passado cometeu-se o erro de ir para a pré-época a dizer que íamos ganhar a Liga dos Campeões e tudo o mais. Esperemos que este ano não se cometa outro tipo de erro, um pensamento do género “como correu tudo mal, vamos aproveitar para vender os craques e encaixar uns milhões”... Não e não. Há mudanças a fazer, claro, mas para melhor, apontando sempre para o máximo, que é esse o lugar natural do Glorioso. Não podemos vender as joias da coroa e confiar, de olhos fechados, na sorte das contratações. Isso é “pensar pequeno”, senhores dirigentes, e o Benfica é o maior. Até porque, mesmo que a lotaria das contratações corra bem, só com um banco de luxo conseguiremos lutar a sério em todas as competições. Lembrem-se desta época, que nós, os adeptos, não esquecemos. E agora vamos lá ver o jogo.
 Que, para o ano, possamos sofrer o que arsenalistas e portistas sofrerão hoje na europas da Irlanda mais portuguesa.

(no JN de hoje)

Nenhum comentário:

Postar um comentário