A revolução é voltarmos às praças, reinventarmos o espírito de cidade, retomarmos a conversa em nome do "todo", e de novo sem medo da palavra "amanhã". Mas fazer isso hoje. Mas fazer isso aqui, sem demora, que o tempo está cinzento, pesado.
O que nos deixa em casa, com a alma de pantufas, a ver dvd's em vez de ir ao teatro ou ao cinema é o mesmo pé-atrás que nos faz olhar para a política como o lugar "deles". Não pode ser, a política é o nosso lugar, o lugar do "nós". Para conjugar que desígnio, que país?
Esta versão de "democracia-wireless", composta por "cidadãos-ipod" cada um no seu cantinho, é a de uma democracia partida, sem futuro. A política é o lugar do "todo", e o "todo", como todos sabem — exceto talvez os governantes-contabilistas no poder aqui e na Alemanha —, é maior que a soma das partes. Temos de voltar às praças carregando ideias e esperança. Regressar ao futuro?
Bela lembrança, a da Tocha e do Júlio Oliveira, presidente da Junta de Freguesia, de celebrar o aniversário do 25 de Abril com uma conversa pública, seguida de festa. Muito obrigado pelo convite. Foi uma honra soprar as velas da revolução. ("Soprar as velas" tem mais que um sentido, e a minha ideia não era apagar o fogo mas ajudar modestamente esta nossa caravela a avançar para outros céus mais abertos.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário