sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Nova Iorque 2

Em 2001, soube do ataque às Torres do World Trade Center pelo telefone. Uma voz amiga descrevia-me as imagens que passavam na televisão e eu fazia perguntas simples, “objetivas”, como que para me defender da notícia, para me acalmar.
Horas mais tarde, estava nos ensaios do que viria a ser a peça Escrever, falar. Éramos dois de pé e dois sentados, na sala branca de uma terra longe. Nos intervalos falávamos do fim do mundo e do teatro diferente que queríamos inventar. Ríamos, fazíamo-nos de fortes, atirávamos disparates uns aos outros. Mas, sobre nós, na sala atravessada pela luz do dia, havia um silêncio novo.
Voltámos a ver as imagens à noite; passavam uma e outra vez e nunca envelheciam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário