Em 2001, soube do ataque às Torres do World Trade Center pelo telefone. Uma voz amiga descrevia-me as imagens que passavam na televisão e eu fazia perguntas simples, “objetivas”, como que para me defender da notícia, para me acalmar.
Horas mais tarde, estava nos ensaios do que viria a ser a peça Escrever, falar. Éramos dois de pé e dois sentados, na sala branca de uma terra longe. Nos intervalos falávamos do fim do mundo e do teatro diferente que queríamos inventar. Ríamos, fazíamo-nos de fortes, atirávamos disparates uns aos outros. Mas, sobre nós, na sala atravessada pela luz do dia, havia um silêncio novo.
Horas mais tarde, estava nos ensaios do que viria a ser a peça Escrever, falar. Éramos dois de pé e dois sentados, na sala branca de uma terra longe. Nos intervalos falávamos do fim do mundo e do teatro diferente que queríamos inventar. Ríamos, fazíamo-nos de fortes, atirávamos disparates uns aos outros. Mas, sobre nós, na sala atravessada pela luz do dia, havia um silêncio novo.
Voltámos a ver as imagens à noite; passavam uma e outra vez e nunca envelheciam.
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