Não se assustam, ao ler a opinião nos jornais, com a falta de sonho, por um lado, e a falta de ligação ao real, pelo outro?
Talvez não fizesse mal pôr nos livros de estilo duas citações poéticas. Esta, de Adélia Prado:
"Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,/ os sítios escuros onde nasce o 'de', o 'aliás',/ o 'o', o 'porém' e o 'que', esta incompreensível/ muleta que me apóia." (do poema "Antes do nome", Bagagem, ed. Cotovia)
E esta, de William Carlos Williams:
"Tanta coisa depende/ de// um carrinho de mão/ vermelho// reluzente de gotas de/ chuva// ao lado das galinhas// brancas." (O carrinho de mão vermelho, Antologia breve, trad. José Agostinho Baptista, ed. Assírio & Alvim)
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