segunda-feira, 19 de maio de 2014

Lágrimas de ferro

Angela Merkel a chorar na sala de crise do euro, com Obama de um lado e Sarkozy do outro. A chanceler de ferro com água nos olhos a dizer, “Não é justo.” E depois a lembrar aos presidentes dos EUA e da França que a “culpa” da constituição alemã é, em grande parte, dos aliados. 
No Financial Times, Peter Spiegel dá-nos a ver o subtexto da política da União Europeia sob a forma de melodrama familiar. São revelações surpreendentes, e um texto muito bem sacado (ainda vou na parte 1), mas o que se conta não é nada bom de ver.
Porque vem confirmar que esta Europa da austeridade, das troikas e do “conto moral” que põe as “formigas” do centro europeu contra as “cigarras” da periferia não é movida por qualquer visão de futuro, é apenas uma reação de fraqueza e pânico. Uma insegurança de ferro que tem por base o velho complexo de culpa germânico.
Muito boa gente ainda não percebeu, mas neste momento a luta é entre o sonho europeu e o trauma alemão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário