quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cuidado, os Quais estão de volta

Estivemos hoje a cantar na festa de anos da TSF e temos um disco a sair já para o mês que vem. Vamos? Obrigado a todos os que apareceram no Lux, todos os que não desligaram a rádio, todos os que dançaram nos sinais vermelhos.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um poema de Fernando Assis Pacheco

ACONSELHO-VOS O AMOR

Aconselho-vos o amor:
o equilíbrio dos contrários.
Aconselho-vos o amor
cheio de força; os moinhos
girando ao vento desbridado.
Aconselho-vos a liberdade
do amor (que logo passa
— vão dizer-vos que não —
para os gestos diários).

ACONSELHO-VOS A LUTA.




(do livro "Cuidar dos vivos", na coletânea "A Musa Irregular", de Fernando Assis Pacheco, Edições Asa)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Obrigado, Coimbra!


Adalberto Silva Silva vem por este meio agradecer a generosa gargalhada coimbrã na estreia do seu espetáculo de realidade.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O dedo na ferida

Um estrangeiro põe o dedo na ferida e, de repente, até os intrépidos bloquistas se tornam pragmáticos suaves. Ai de quem diga mal do mal que fazemos, viva o nacional-porreirismo.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sobre uma fotografia de Vivian Maier

Sou um balão branco. Como é que fala um balão branco senão com branco? O que digo é só isto, um espaço em branco. Sou um balão branco com um chapéu. Isso faz de mim uma cabeça, digo eu. Perdoem-me a rima, sou só um balão. Sou o boneco com cara de balão que faz de pai branco para a fotografia. E sou, claro, tão diferente fora dela, dentro de mim. Não sou um balão branco quando não estão a olhar para cá. Como é aquela questão fi-fi, lo-lo, só-só, fi-fi, ca-ca? “Somos o quê quando ninguém nos vê?” Perdoem-me a rima, perdoem-me a citação, sou só um espaço em branco numa fotografia. Fora dela, dentro de mim, sou, claro, tão negro como cada um dos senhores que me espiam daí. Olha o balão, chapéus há muitos, diz olá, diz passarinho, morte ao clichê, não é bebé?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Semana bem Achada!

Segunda-feira, vou à Casa da Achada - Centro Mário Dionísio "apresentar" o filme E não se pode exterminá-lo? de Solveig Nordlund e Jorge Silva Melo.


E, sexta-feira, regresso para outras histórias. Ou serão as mesmas? Não andará Karl Valentin pelo Centro Social da Sé a fazer perguntas incómodas?


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Daqui

Nocturno de Chile é menos uma história do que um túnel. E, não, isto não é piada de quem leu o livro no metro. O túnel deste Nocturno não é acidental, é verdade. Seguimos a primeira frase do padre, poeta e crítico literário Sebastián Urrutia Lacroix, “Ahora me muero”, e pronto, já está, já não podemos sair. O caminho é estreito e tortuoso, e umas vezes vamos sozinhos, tentando perceber o sentido no escuro, tentando não tropeçar, atrasando o passo para compreender bem o chão daquela linguagem, as paredes daquele estilo, com medo de cair no vazio, mas, cuidado, sem parar — algum mistério neste Nocturno de Bolaño nos vai sussurrando, mesmo antes de sabermos da missa a metade, não pares, é pecado parar, e um pecado grave e mau, não pares nunca; ou talvez seja só o modo como está escrito, em forma de “texto corrido”, sem parágrafos (não, não acredito); seja como for, ninguém com um palmo de alma quererá parar a meio desta vida louca como todas, mínima e imensa, esta vida projetada contra o projetor —, umas vezes seguimos sozinhos, dizia, outras vezes há pessoas a fazer-nos companhia, personagens ou fantasmas, vozes que se acendem, sombras (sombras no escuro?) que caminham ao nosso lado a confessar parvoíces maravilhosas, a contabilizar referências, nomes, datas, para pôr História na história, a contar parábolas divertidas como aquela dos arqueólogos franceses, “De repente aparecen dos arqueólogos franceses, muy excitados y nerviosos, y le dicen al Santo Padre que acaban de volver de Israel y que le traen dos noticias, una muy buena y la otra más bien mala...”, e por vezes é o próprio escritor, dá ideia, que vem connosco, impressionado como nós, mas como nós a disfarçar, um escritor morto e magnífico com uma lanterna na mão, “Así se hace la literatura. O lo que nosotros, para no caer en el vertedero, llamamos literatura. Luego volví a canturrear: el árbol de Judas, el árbol de Judas, y mi auto entró otra vez en el túnel del tiempo, en la grande máquina de moler carne del tiempo...”, e nós vamos seguindo sempre, primeiro como cegos contra um sol simultaneamente nosso e impossível (ou isso é resultado de estar a ler em castelhano? não, não acredito) e depois como poetas mudos, hipnotizados, cidadãos do espanto, pelo túnel dentro, através da tempestade de merda que é o mundo, até ao mundo.