Imagina-se que terá custado várias dores de cabeça, muita zanga, um ou outro murro na mesa, mas a verdade é que o acordo conseguido ontem pela Europa do euro alcançou apenas o esperado. O que importa agora saber é se este é só mais um capítulo da narrativa "moral" em curso — o capítulo do "perdão", digamos — ou se, pelo contrário, se trata de uma solução de emergência para estancar o pânico e que, a partir daqui, se reinventará a história. Como? Construindo uma real solidariedade europeia (na dívida e no resto), criando as condições de existência de uma verdadeira opinião pública europeia (para que a democracia não seja apenas um conjunto de "mecanismos", mas uma realidade transparente e viva), abrindo o campo da política europeia (de modo a não ficarmos, cá como lá, atados a esta monocórdica tecnocracia...). Enfim, reescrevendo o texto para que a União possa ser cada vez mais isso, uma "união", e a Europa possa regressar ao sonhar do mundo.
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