quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Um poema de António Ramos Rosa


O FOGO DA ADOLESCÊNCIA



Com minúsculos dedos acendeu um frágil fogo.
A luz uniu-se à cinza e a adolescência iluminou-se
tão ágil e minuciosa e abrindo a mão clara
para libertar uma asa. O seu canto era só água.
E nas pálpebras unidos o mar e a montanha.
Pela força do fogo nas veias subterrâneas
e pelo vento veloz, pela dureza das pedras,
o mundo era mais branco e aromático
e a boca bebia o sol e a sombra sem linguagem.


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