O L. não era um arrumador qualquer. Estacionava os automóveis a quem precisava de ajuda, cumprimentava as pessoas pelo nome, tinha um sorriso para os miúdos. Nunca disse a ninguém que carregava a merda de umas bolinhas no cérebro, e agora regressamos do verão para descobrir que morreu. O L. morreu, como é possível? De um dia para o outro, o Largo Bordalo Pinheiro desmudou-se em coisa nada. Deixou de ser um lugar e passou a ser só um espaço entre prédios. Palavra nenhuma. Mas o L. há de voltar, não tenho dúvidas, quando o mundo for a verdade o L. há de voltar.
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