sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Rep afónico
Sou um antónio antónimo, um cidadão anónimo, um eleitor atónito, um cantor afónico
e faço um rep de ritmo & prosa para dizer uma coisa, só quero dizer uma coisa:
não sentem essa palavra tão estranha, vergonha, atacar-vos os parágrafos do ser ao ver
isto: o primeiro-ministro,
quando questionado sobre o resultado das eleições na Grécia,
fazer um ar superior, para não dizer pior?
O texto dizia que ele não queria que a Grécia saísse do euro e da União, ah pois não,
mas o subtexto gritava que o que ele pensava
era mais tipo: será que estas entrelinhas ficam bem na imagem? será que assim me aceitam no grupo da chantagem:
Grécia, ou comes a nossa austeridade ou vais borda fora experimentar a tempestade a tempestade
a tempestade há de nos ensinar a humildade necessária para, para a próxima,
ler melhor os sinais e agir com o melhor de nós (estou mesmo sem voz)
Mas, para a próxima, Europa, será tarde arde mais demais
(dá para ouvir aqui)
e faço um rep de ritmo & prosa para dizer uma coisa, só quero dizer uma coisa:
não sentem essa palavra tão estranha, vergonha, atacar-vos os parágrafos do ser ao ver
isto: o primeiro-ministro,
quando questionado sobre o resultado das eleições na Grécia,
fazer um ar superior, para não dizer pior?
O texto dizia que ele não queria que a Grécia saísse do euro e da União, ah pois não,
mas o subtexto gritava que o que ele pensava
era mais tipo: será que estas entrelinhas ficam bem na imagem? será que assim me aceitam no grupo da chantagem:
Grécia, ou comes a nossa austeridade ou vais borda fora experimentar a tempestade a tempestade
a tempestade há de nos ensinar a humildade necessária para, para a próxima,
ler melhor os sinais e agir com o melhor de nós (estou mesmo sem voz)
Mas, para a próxima, Europa, será tarde arde mais demais
(dá para ouvir aqui)
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Para: Angela Merkel, assunto: União Europeia?
http://www.nytimes.com/2015/01/26/opinion/paul-krugman-ending-greeces-nightmare.html?_r=0
domingo, 25 de janeiro de 2015
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
É este o mundo
Oitenta pessoas têm uma fortuna que equivale ao rendimento partilhado de três bilhões e meio de pessoas
O rock’n’roll está aqui para dizer o óbvio, o rock’n’roll vem aqui para dizer o óbvio:
como é que isto é possível?
É mesmo assim que queremos viver?
É este o mundo que vamos entregar aos nossos filhos, estejam eles no avião de luxo desses oitenta, nas duras ruas desses três bilhões e meio ou no meio?
Um por cento dos cidadãos tem tanto tanto tanto tanto quanto o resto dos noventa e nove por cento
A injustiça não é de agora, pois, a desigualdade não é nova, mas não, nunca houve nada assim
Uma em cada nove pessoas não têm o suficiente para comer e mais de mil milhões de pessoas ainda vivem com um euro vírgula migalhas por dia, todos os dias, nos dias de hoje
É mesmo assim que queremos viver?
É este o mundo que vamos entregar aos nossos filhos, estejam eles no avião de luxo desses oitenta, nas duras ruas desses três bilhões e meio ou no meio?
(dá para ouvir aqui)
O rock’n’roll está aqui para dizer o óbvio, o rock’n’roll vem aqui para dizer o óbvio:
como é que isto é possível?
É mesmo assim que queremos viver?
É este o mundo que vamos entregar aos nossos filhos, estejam eles no avião de luxo desses oitenta, nas duras ruas desses três bilhões e meio ou no meio?
Um por cento dos cidadãos tem tanto tanto tanto tanto quanto o resto dos noventa e nove por cento
A injustiça não é de agora, pois, a desigualdade não é nova, mas não, nunca houve nada assim
Uma em cada nove pessoas não têm o suficiente para comer e mais de mil milhões de pessoas ainda vivem com um euro vírgula migalhas por dia, todos os dias, nos dias de hoje
É mesmo assim que queremos viver?
É este o mundo que vamos entregar aos nossos filhos, estejam eles no avião de luxo desses oitenta, nas duras ruas desses três bilhões e meio ou no meio?
(dá para ouvir aqui)
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Não é possível...
Tudo ao contrário. Quem devia sair era Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus. O Benfica não é para presidentes fracos nem treinadores com espertezas de equipa pequena. Bernardo Silva, um craque à antiga, com amor à camisola, tem de ficar, tem de voltar.
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Sobre uma fotografia de Vincent Yu
Ele é um Cristo virado para a terra. Grita como um rockeiro e, enquanto que a sua fúria parece romper-se de si mesma e poder a qualquer momento tocar a alegria, os rostos dos polícias são só negação. Ele atira palavras duras contra o chão e nós vemo-lo daí. De braços abertos, a voar baixinho, paralelo ao mundo. E, do seu passar, nascem grandes objetos verticais de arranhar os céus.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Jornal Local: supermercado
No supermercado da Rua Primeiro de Dezembro um homem alto e magro com uma grande mochila às costas sai pela porta da direita e logo volta a entrar pela da esquerda, acompanhado por um polícia. Jornal Local estava lá para ver. Na volta, como se regressasse de uma viagem até aos confins da terra, o homem traz um silêncio diferente, mais pesado e torto, e um estranhíssimo sorriso amarelo .
domingo, 18 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
A possibilidade
Há eleições lá na Grécia
e a Europa vê-se grega
descontada a ironia
é assim que deve ser
não é mais uma peripécia
olhar de fora não chega
o que é que eu escolheria
na hora de escolher
A austeridade à la Merkel ou
a possibilidade de uma Europa nova — sim
Berlim, Paris e Bruxelas
forçam a Democracia
mas essa palavra grega
vai dizer-lhes como é
ideias abrem janelas
e isto não é poesia
falar de união não chega
falta aqui vê-la de pé
A austeridade à la Merkel ou
a possibilidade de uma Europa nova — sim
(dá para ouvir aqui)
e a Europa vê-se grega
descontada a ironia
é assim que deve ser
não é mais uma peripécia
olhar de fora não chega
o que é que eu escolheria
na hora de escolher
A austeridade à la Merkel ou
a possibilidade de uma Europa nova — sim
Berlim, Paris e Bruxelas
forçam a Democracia
mas essa palavra grega
vai dizer-lhes como é
ideias abrem janelas
e isto não é poesia
falar de união não chega
falta aqui vê-la de pé
A austeridade à la Merkel ou
a possibilidade de uma Europa nova — sim
(dá para ouvir aqui)
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Reportagem 13
"Depois refleti que todas as coisas nos acontecem precisamente, precisamente agora." (Jorge Luis Borges)
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Email no mundo
Email estreou alegremente, dia 3, no Cine-Teatro de Estarreja. A segunda produção da Ninguém!
Uma mulher escreve um email ao filho morto. E, durante esse processo, vai contando a sua história, tentando soltar-se do estado de negação em que vive há muito tempo. Agora que a sua vida parece querer voltar a pôr-se em movimento, Maria tenta arrumar a casa e limpar todos os fantasmas. Email (desta tua mãe que tanto te ama) é um monólogo feminino, uma comédia agridoce, uma pauta para voz e quarta parede, uma... monóloga?
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Dia um
Pai, o que é sólido?
E o que é a solidão?
perguntou-me ontem o
meu filho mais novo assim sem mais
Respondi, Coisas duras
pra fugir a tão dura questão
mas, sim, talvez devesse
ter dito alguma coisinha mais
Solidão é o que dá solidez
entre o nevoeiro de tudo o que há
tanto talvez até amanhã
Solidão é feita de sol e dor e é coisa boa
aquela palmeira só em Lisboa
Seremos de novo
neste dia um, neste dia dois
e no dia três e depois
outra vez?
Pra chegar ao futuro
atravessar a página do jornal
entre a letra pequena
levar a tal solidão pela mão
Ser o filho mais novo
do nosso dia inicial
a utopia começa
com os pés tão bem assentes no chão
(com a participação especial de Benjamim, Tobias e Roque Lucas Pires — dá para ouvir aqui)
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