Natalia Ginzburg: Nada.
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Canção intermitente
No Natal va-
mos pensar
nos artistas e intermitentes
Têm, claro,
de pagar
impostos e tal mas são diferentes
(Declaração de interesses:
eu também sou um desses)
Num mês ganham
zero e ainda
pagam segurança social
“'Tá-se bem”, “vo-
cê é linda”
mas isto está muito mal
(Não é propriamente um poema:
é só que isso não é sistema)
Sem o pensar da imaginação
um país é só um terreno
artista não quer dizer malandro
e o país já não é sereno
— felizmente
Começar a
levantar
um modelo justo e realista?
Neste Natal, va-
mos pensar
no intermitente e artista
(dá para ouvir aqui)
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Aviões em terra
Lá se diz
Como é?
“Aviões em terra
Tempestade no horário nobre”
Sim, um país
Sem fé
Nos mais altos voos
Condena-se a ser um país pobre
(refrão:)
A greve faz aterrar
A questão que ia já nas nuvens
Sobre porquê privatizar
Para quê
A ameaça
De requisição civil
Se acham que a TAP não é essencial?
Os senhores
Da troika
Lançam-nos downhill
E o governo corta asas a Portugal
(refrão)
(dá para ouvir aqui)
Como é?
“Aviões em terra
Tempestade no horário nobre”
Sim, um país
Sem fé
Nos mais altos voos
Condena-se a ser um país pobre
(refrão:)
A greve faz aterrar
A questão que ia já nas nuvens
Sobre porquê privatizar
Para quê
A ameaça
De requisição civil
Se acham que a TAP não é essencial?
Os senhores
Da troika
Lançam-nos downhill
E o governo corta asas a Portugal
(refrão)
(dá para ouvir aqui)
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Senhora Doutora Cassandra
Hoje o programa de Leituras no Mosteiro propõe uma reunião de Cassandras. O meu texto — escrito para encenação de Nuno M Cardoso e interpretação de Leonor Keil — junta-se a outras peças curtas de dramaturgos portugueses. Muita merda aí, Senhora Doutora Cassandra!
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Postal de Natal
Chegados ao Natal
talvez não seja mal
abrir uma comissão
de inquérito ao capitalismo
iguais a reis, iremos nus
Há trabalho escravo
nos nossos telemóveis
damos uma no cravo
e outra nos impossíveis?
(Amen)
Só espelhos em redor
prisioneiros do amor
o nosso por nós, ah pois
tão confortável conformismo
o quê, perder a alma sem uns
óculos de marca?
Belos frios infernos
pra bela gente fraca
presa nos espelhos
(Amen)
Está lá
excelentíssimo Karl Marx
espécie de anti-Pai Natal?
Dou a outra face
não me dê a mesma foice
foi-se o fim do tempo, pois
e afinal o que é que ficou depois
Diz, Democracia
onde a alegria
onde a esperança
para haver mudança?
(dá para ouvir aqui)
talvez não seja mal
abrir uma comissão
de inquérito ao capitalismo
iguais a reis, iremos nus
Há trabalho escravo
nos nossos telemóveis
damos uma no cravo
e outra nos impossíveis?
(Amen)
Só espelhos em redor
prisioneiros do amor
o nosso por nós, ah pois
tão confortável conformismo
o quê, perder a alma sem uns
óculos de marca?
Belos frios infernos
pra bela gente fraca
presa nos espelhos
(Amen)
Está lá
excelentíssimo Karl Marx
espécie de anti-Pai Natal?
Dou a outra face
não me dê a mesma foice
foi-se o fim do tempo, pois
e afinal o que é que ficou depois
Diz, Democracia
onde a alegria
onde a esperança
para haver mudança?
(dá para ouvir aqui)
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Contra a austeridade, alegria, alegria
Ouso sugerir que, quando António Costa levar o pacote da reestruturação da dívida à Comissão Europeia, vá com um sorriso na cara e este Shakespeare na manga: "The robb'd that smiles, steals something from the thief,/ He robs himself, that spends a bootless grief."
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Cante canhoto
Há pormenores gigantes
e este fosso tão fundo
há ganhar as eleições
e também mudar o mundo
Costa falou muito bem
pra esperançar Portugal
falta resolver lá fora
o tratado orçamental
Dizer que não à direita
é bom senso e qualidade
há que ser claro e pôr fora
quem pôs dentro a austeridade
Dizer à extrema esquerda
que não fique p’lo protesto
é bem jogado mas muito
irrealista de resto
O PC é o que é
e o Bloco o que já não
resta o Livre, a ver
se tem mão pra dar a mão
Deixar o europeísmo
à direita é profundo
erro à esquerda que só
ajuda a trancar o mundo
De Mangabeira Unger
deixo cá a citação
sobre o que a esquerda sim
e sobre o que a esquerda não
Não é pra humanizar,
diz ele, a sociedade
é para divinizar
toda a humanidade
(dá para ouvir aqui)
e este fosso tão fundo
há ganhar as eleições
e também mudar o mundo
Costa falou muito bem
pra esperançar Portugal
falta resolver lá fora
o tratado orçamental
Dizer que não à direita
é bom senso e qualidade
há que ser claro e pôr fora
quem pôs dentro a austeridade
Dizer à extrema esquerda
que não fique p’lo protesto
é bem jogado mas muito
irrealista de resto
O PC é o que é
e o Bloco o que já não
resta o Livre, a ver
se tem mão pra dar a mão
Deixar o europeísmo
à direita é profundo
erro à esquerda que só
ajuda a trancar o mundo
De Mangabeira Unger
deixo cá a citação
sobre o que a esquerda sim
e sobre o que a esquerda não
Não é pra humanizar,
diz ele, a sociedade
é para divinizar
toda a humanidade
(dá para ouvir aqui)
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
À espera da conferência
Dia 9, às 18.30h, estarei na Casa Fernando Pessoa À espera da conferência.
Um escritor português põe-se a fazer uma conferência sobre a peça À espera de Godot de Samuel Beckett e a coisa complica-se. Com os pés bem assentes no texto, o escritor tenta olhar o horizonte que Beckett abriu, mas vai-se enterrando mais e mais. Lança questões para um lado e para o outro, sempre à procura de um gancho qualquer, alguma coisa a que se possa agarrar para se manter à superfície. Ato I, ato II, tradução, citação, passa pelos mesmos lugares uma e outra vez a ver se descobre algo de novo, algo que ilumine o mistério de uma vez por todas. Mas tudo é sempre mais novo e estranho. Como atravessar hoje este texto? Será batota responder a uma pergunta com uma pergunta nova?
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Augusto de Campos sobre Oswald de Andrade:
"E que ele, positivamente, nunca teve medo da palavra 'geometria'."
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