terça-feira, 19 de março de 2024

As fotografias de Eduardo Gageiro (na Cordoaria)

Não sei como é, mas, com uma lente apontada às coisas exteriores e fotografáveis (ruas, caras, gestos, sombras), Gageiro dá-nos a ver o nosso subconsciente coletivo. Ali, temos o mínimo e o mito. O segredo e a vida distraída, tão exata que parece quase encenada. 

quinta-feira, 14 de março de 2024

segunda-feira, 11 de março de 2024

A fealdade

"A fealdade do tempo presente tem efeitos retroactivos."


(Karl Kraus, Aforismos, trad. Lumir Nahodil)

sábado, 9 de março de 2024

Pietra!

Não é possível. Os deuses da nossa infância não morrem. Pietra anda por aí, só que um tudo-nada mais subtilmente. Um craque do tempo em que "amor à camisola" não era uma maneira de dizer, era uma evidência; do tempo em que estilo não tinha nada a ver com marketing; do tempo em que o futebol era maior do que a vida — Minervino Pietra. Obrigado, campeão.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Uma ideia geral do todo

"Algumas raparigas não apreciaram a pompa com que o presidente foi recebido. Diziam que todos os pais deviam ser iguais. Encontra-se sempre alguma aluna subversiva, escondida num colégio. São os primeiros sintomas do seu pensamento político, ou daquilo a que se poderia chamar uma ideia geral do todo." 


("Felizes anos de castigo", Fleur Jaeggy, trad. Ana Cláudia Santos)

segunda-feira, 4 de março de 2024

O chão

"O chão tem de lá estar para limitar o céu."


(John Berger em "Portraits", no ensaio sobre Antonello da Messina) 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

A história do homem do saco

No jardim, atacado pelo frio da manhã, o homem põe-se dentro de um saco. À tarde, cansado como tudo, pega no saco e leva-se dali para fora. O caminho é longo e a carga é pesada. Quando chegar ao seu destino e se vir a espreitar do saco, o homem há de se surpreender e há de se lembrar, tudo ao mesmo tempo. O quê, tornei-me uma história?

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Como os chineses

"Aos dezasseis anos comportamo-nos inconscientemente como os chineses. Devorados pelo pudor da inocência, tecemos a nossa eternidade numa chuva, num cair de diospiros de ouro."


(Cristina Campo, Os Imperdoáveis)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Um frio insuportável na Rússia

Mas as pessoas vão deixar flores para homenagear Navalny. Dizem para câmara, "Não tenho medo". Ainda há gestos maiores do que a vida.