Neste dia especial, Ricardo Jorge Fonseca fez a pergunta do teatro a várias pessoas, no Jornal de Notícias. A minha resposta foi esta:
O teatro está em perda, sim. Como a política, o jornalismo e o tempo
para uma boa conversa. O "facebookismo" dominante é a negação do
espírito de cidade — estarmos juntos numa sala de espetáculos, numa
praça ou num parlamento, e não fechados nos nossos ecrãs a ouvir só os
que pensam como nós e a odiar todos os outros. O chamado mundo da
"pós-verdade" não suporta a "mais-que-verdade" da ficção. A imaginação,
que busca o coração das coisas e faz as perguntas difíceis. Por isso, o
teatro é ainda mais urgente hoje. Como forma de resistência, de sonho,
de questionamento. E também, já agora, para não desaprendermos isso de
estar junto.
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